Vivemos em um mundo onde as tecnologias ganham cada vez mais espaço. As inovações tecnológicas vem se transformando em nossas aliadas em diversas tarefas que executamos no dia a dia. Podemos dizer que vivemos em um mundo de telas. Televisão, computadores e celulares são equipamentos que nos cercam diariamente. Diante dessa nova forma de consumir informações, produtos serviços surgem um conceito bastante discutido atualmente: a segunda tela.
Quando falamos do fenômeno da segunda tela, estamos fazendo referência as telas tão presentes em nossas vidas. Atualmente, o consumo de informações do usuário deixou de ser realizado apenas em uma tela e vem ocorrendo em múltiplas plataformas. Essa nova realidade é possível graças ao fenômeno da convergência, onde um dispositivo completa o outro.
Esse comportamento vem sendo observado ao longo dos anos, e de acordo com pesquisas disponibilizadas, estima-se que quase metade dos brasileiros faz uso de uma segunda tela enquanto assiste TV, por exemplo. Esse hábito de consumir TV e outro dispositivo ao mesmo tempo gera um grande impacto no comportamento dos consumidores.
A influência da segunda tela no comportamento dos usuários pode ser bastante significativa. Dados apontam que quase 30% das pessoas que estão conectadas a dispositivos mobile são influenciados pela rede. Essa influência pode ser em relação ao que assistir, o que comprar e por onde navegar.
Vamos entender agora sobre o conceito de segunda tela. O que é, como surgiu e como afeta o comportamento e a interação das marcas e dos consumidores.
Afinal, o que é a segunda tela?
A história da segunda tela tem relação direta com a história da TV. A televisão pode ser considerada como a primeira tela que terá seu consumo complementado pelos dispositivos móveis.
Em termos teóricos, a segunda tela é um dispositivo adicional que permite ao usuário interagir com o conteúdo que está consumindo. A lógica é a seguinte: a segunda tela será responsável por garantir uma experiência de engajamento do usuário. É através da segunda tela que o telespectador interage com a programação da TV, como filmes, músicas e jogos.
Dessa forma, podemos dizer que a segunda tela vai além um dispositivo eletrônico adicional que possibilita a interação. A segunda tela é útil para obter informações sobre a programação ou tirar dúvidas em relação ao que é exibido.
Este fenômeno da interação vem ganhando cada vez mais espaço. É bastante comum que as pessoas acompanhem a programação da TV em aplicativos mobile como Twitter e Facebook, por exemplo.
Os dados sobre a segunda tela, ou second screen no inglês, comprovam a dimensão desse fenômeno. Estima-se que 30 milhões de brasileiros façam uso de pelo menos 3 telas diariamente: TV, computador e smartphone. Além disso, os dados apontam que quase 70% da exposição à mídia é por meio de telas (TV, PC e celulares).
Outro dado relevante sobre esse fenômeno é que mais de metade dos brasileiros assiste TV e acessa a internet ao mesmo tempo. Desses usuários, estima-se que 60% usa a TV como primeira tela e o celular como segunda tela.
Os deslocamentos entre as telas pode ocorrer de duas formas: de forma simultânea ou sequencial. Vamos entender a diferença entre eles agora.
Os tipos de interação da segunda tela
A interação da TV com as demais telas fez com que a televisão se tornasse mais interativa e integrada com as demais tecnologias. A interação dos usuários com a segunda tela é um fenômeno que pode acontecer de duas formas diferentes: sequencialmente ou simultaneamente. Mas qual seria a diferença entre elas?
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Interação Sequencial
A forma sequencial de uso da segunda tela é a mais utilizada pelos telespectadores. Estima-se que 90% dos usuários façam uso desse tipo de interação, segundo a pesquisa do Google.
A interação sequencial acontece quando há movimento de um dispositivo para outro em diferentes momentos. Outra característica é que quando essa interação é feita sequencialmente deve ser para realizar uma tarefa relacionada ao conteúdo assistido na TV.
Por exemplo, um telespectador está assistindo sua TV e tem acesso a um anúncio sobre uma loja ou um serviço do seu interesse. Em sequência ao acesso a informação o mesmo se direciona a uma segunda tela, como o celular, e faz o download do aplicativo dessa loja.
Dessa forma, a principal característica da interação sequencial é a ordem com que o acesso a segunda tela acontece. Esse acesso deve ser feito posteriormente e relacionado com a mesma tarefa.
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Interação Simultânea
De forma oposta ao que acontece na interação sequencial, a simultânea é caracterizada pelo uso de uma segunda tela em junção com o acesso a televisão.
A segunda tela mais utilizada nesse modelo de interação são os smartphones. Os celulares são tão utilizados como segunda tela que segundo pesquisas, 57% do tempo em que estamos utilizando-os estamos também fazendo uso de outros dispositivos.
Esse tipo de uso é aquele que acontece ao mesmo tempo, sem que exista espaço de tempo entre as interações. Por exemplo, estamos assistindo TV e ao mesmo tempo estamos publicando algum assunto que está sendo transmitido.
Como os dispositivos mobile impactam no fenômeno da segunda tela?
O fenômeno da segunda tela está intimamente ligado a grande expansão observada no mundo mobile. Isto porque os celulares passaram a ser a principal forma de interação dos telespectadores com outras telas.
Uma das ferramentas mobile que ajudaram na popularização das segundas telas foram os aplicativos. Os aplicativos se tornaram essenciais pela simplicidade e maneiras inusitadas de interação. Eles são responsáveis por oferecer formas criativas de resolver situações problema dos usuários.
Outra ferramenta fundamental para o sucesso da segunda tela foram as redes sociais. Essas plataformas se tornaram o principal meio de interação entre usuários. Além disso, é através das redes sociais que grande parte dos telespectadores se manifestam e opinam sobre conteúdos assistidos na TV.
Outro dispositivo mobile importante na proliferação do uso da segunda tela foram as Smart Tv’s. Com elas, os telespectadores passaram a ter acesso a internet sem que seja necessário outro dispositivo. Essa praticidade faz com que a interatividade seja facilitada e ganhe cada vez mais espaço.
Entretanto, podemos dizer que os smartphones e tablets foram os principais responsáveis pela popularização da segunda tela. Esses dispositivos associados ao sucesso das internet móvel e das redes sociais mudaram a interação dos usuários. Com os celulares a troca e a busca por informações é feita instantaneamente através da web e de aplicativos.
Por esses motivos dizemos que o mundo mobile permitiu que a interação dos telespectadores com a TV rompesse os padrões tradicionais. Se antes essa interação era feita apenas no sofá, hoje pode ser feita em qualquer lugar.
O fenômeno da segunda tela e o marketing digital
Atualmente os profissionais de marketing digital enfrentam um desafio de engajamento do consumidor com várias telas. Se vários dispositivos são usados
O marketing de segunda tela, ou de tela múltipla é uma forma de marketing digital que visa envolver um consumidor com várias telas. Por vezes é necessário também conseguir envolver os usuários de forma simultânea.
Nesse aspecto, o marketing deve se atentar ao comportamento de compra impulsionado pela visualização de TV. Sendo necessário capturar e manter a atenção do consumidor.
Para obter sucesso no marketing de segunda tela, é preciso estar atento ao comportamento dos usuários. As informações obtidas através da análise do público e seu modo de interação é essencial para obter sucesso no mundo multi-telas. Vamos conhecer agora algumas dicas para ajudar nesse tipo de marketing.
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Saber escolher a mídia certa
A estratégia de marketing de segunda tela deve considerar como os consumidores percebem a publicidade e cada tela. Por isso, o anúncio deve ser produzido e vinculado de acordo a mídia. Cada uma das mídias é percebida pelos usuários de uma forma. Assim, é preciso estar atento ao sentimento que procura despertar no consumidor para depois escolher em qual tela anunciar.
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Reconhecer o comportamento do usuário
Como vimos, existem formas diferente de interação do usuário com as telas. O uso simultâneo da segunda tela, por exemplo indica que os usuários se dedicam a olhar vários conteúdos. Normalmente esse comportamento é moldado por hábitos e comportamento de distração.
Já o uso sequencial indica que uma atividade é iniciada em um dispositivo e concluída em outro. Os usuários com comportamento simultâneo buscam aumentar sua produtividade e optam mudar para um dispositivo que melhor atenda suas necessidades.
A diferença de comportamento em cada uma das forma de interação com a segunda tela exige atenção. É preciso entender as motivações por trás de cada comportamento e criar seu conteúdo de acordo.
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Ajustar o conteúdo para cada tela
Entender o modo como os usuários interagem com cada tipo de segunda tela permite que o conteúdo seja melhor ajustado. É possível personalizar o conteúdo para cada tela e assim melhorar a experiência do usuário.
O conteúdo exibido nos smartphones e nos computadores, por exemplo devem seguir o direcionamento da motivação dos usuários. Cada um dos dispositivos é percebido de uma forma pelos consumidores. E ao analisar como as pessoas percebem os dispositivos digitais em geral, fica mais fácil aumentar o envolvimento do usuário. Um maior envolvimento promove para a marca ou produto melhores resultados e mais engajamento.
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Conectar os consumidores por meio de um aplicativo
A transição da TV para a segunda tela deve ser o mais fluída possível. E essa transição para a segunda tela é otimizada por meios dos aplicativos móveis.
A transição da TV para os canais de compras feita através de aplicativos permite que os usuários possam comprar itens que veem na TV. Este é um ótimo exemplo de como a experiência do usuário é iniciada em um dispositivo e concluída em outro.
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Ficar de olho no alcance
A capacidade de medir o alcance do marketing de segunda tela é proporcional ao sucesso que essa interação vai obter.
Atualmente existem ferramentas que permitem medir a quantidade de atividade que programas de TV geram no Twitter, por exemplo. A conexão entre a audiência e o alcance da mídia social é uma ótima forma de medir o alcance do marketing. Afinal, lidamos com um cenário onde as redes sociais são o principal meio de interação dos usuários.
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Saber monetizar o tráfego da segunda tela
No marketing de segunda tela é preciso encontrar sempre novos meios de envolver o público. Por esse motivo a segunda tela pode ser tornar uma nova oportunidade de ganhar dinheiro.
Pesquisas apontam que 29% dos jovens de 25 a 34 anos fazem compras em seus smartphones enquanto assistem TV. E para conseguir transformar uma interação na segunda tela em vendas é preciso criar uma experiência que seja extremamente conveniente. Essa experiência deve ser planejada para que um usuário de segunda tela compre simultaneamente online com um aplicativo ou navegador.
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Investir em uma interação cada vez mais profunda
Não adianta investir no mundo da segunda tela e não garantir que a interação com o usuário será duradoura. As pessoas procuram experiências prolongadas na segunda tela, por isso é preciso estimular uma interação cada vez mais profunda.
Desta forma, quando falamos em segunda tela não estamos falando apenas em novas formas de interação. É preciso garantir um ambiente de engajamento que mantenha o usuário interativo por muito tempo.
O que podemos concluir sobre a segunda tela
A segunda tela transformou a forma de interação do usuário. Se antes bastava investir em anúncios e publicidade realizados na TV, atualmente é preciso estar atento as demais telas.
O marketing de segunda tela é uma nova oportunidade para as marcas e produtos. Mas esse fenômeno exige que seja feita uma estratégia dedicada a esse tipo de interação.
Se torna essencial analisar cuidadosamente seu público e entender como os usuários estão interagindo com a segunda tela. Esse cuidado garante que será desenvolvida uma estratégia para tornar os usuários cada vez mais interativos e engajados.
Mas todo esforço para garantir um marketing de segunda tela de sucesso é recompensado. Afinal, com o fenômeno da segunda tela é possível que a interação rompa barreiras, pois permite que o conteúdo seja consumido a qualquer hora em qualquer lugar.